segunda-feira, 30 de maio de 2011

Debulhado da vez - Shogun 2: Total War

(Creative Assembly / Sega)
Gênero: Estratégia
Plataforma: PC



Mais uma vez a parceria entre a Sega e a Creative Assembly mostra ótimos resultados. Shogun 2: Total War oferece gráficos surpreendentes, jogabilidade intuitiva e um sistema de relacionamentos políticos capaz de despertar muitos pensamentos maquiavélicos em sua busca para tornar-se Shogun (“O Príncipe” ficaria orgulhoso).

Se você imagina batalhas com guerreiros samurais voando de um lado para o outro durante o combate, lutando sobre galhos de árvores e realizando movimentos humanamente impossíveis, você deve parar de assistir filmes de procedência CHINESA, pois não há nada deste gênero cinematográfico um tanto duvidoso nesta obra-prima estratégica.

O enredo o guiará entre o período mais conturbado da história japonesa, nomeado de Sengoku Jidai. Diversos generais aproveitaram das fraquezas do governo central da época para entrar em conflito aberto pela unificação do arquipélago nipônico e, é claro, ascender ao poder supremo.

Onze clãs estão disponíveis logo no começo da campanha, com características exclusivas que podem mudar de maneira considerável sua abordagem dentro do jogo. A família Hattori, por exemplo, disponível apenas para os espertos que adquiriram o título na pré-venda, proporcionará vantagens em suas unidades ninjas e mais chances de sucesso ao tentar assassinar algum comandante rival devido sua tradição nas técnicas de ninjutsu. Os monges rebeldes do Ikko-Ikki, lançados a pouco tempo como conteúdo extra para download, receberão bonificações ao utilizar seus guerreiros religiosos.

Na parte da ação, podemos encontrar duas modalidades diferentes. No mapa geral do Japão, você terá o total controle de suas províncias e conseguirá administrá-las da maneira que achar melhor dentro das delimitações de cada turno, identificados pelas estações do ano. Este momento também permite a aproximação burocrática dos demais clãs, um importante fator para o futuro sucesso. Forme alianças, estabeleça rotas comerciais, realize casamentos arranjados para fortalecer a relação com um possível adversário ou troque parentes para garantir o cumprimento das exigências estabelecidas (o legal seria oferecer a sogra como parte do acordo). Claro, se um dos lados não mantiver sua palavra, a pessoa em posse do clã morre (Mataram sua mãe amor! Que tragédia).

Durante as batalhas, tanto em terra firme quanto no mar, o sistema muda para estratégia em tempo real. Controlar o exército é fácil e funciona muito bem. Basta clicar para fazer as centenas de guerreiros marcharem e atacarem. O grande diferencial mesmo, e fator responsável por consagrar a inteligência dos generais, é o aproveitamento do terreno e a utilização correta das habilidades das unidades. Esconder parte de suas tropas na floresta para flanquear o avanço inimigo ou manter os arqueiros em terrenos elevados para ganhar vantagem são pequenos exemplos de como agir para conseguir uma Flawless Victory.

Outra questão pertinente é o aproveitamento das desvantagens dos inimigos e o movimento eficaz das unidades corretas para combatê-los. A forma aplicada é similar ao antigo jogo que víamos no Alex Kidd in Miracle World do Master System, o tradicional pedra, papel e tesoura (nada de lagarto e Spock neste). Um grupo de samurais armados com katana tem benefícios ao enfrentar lanceiros. Eles, por sua vez, conseguem destruir qualquer unidade da Cavalaria com facilidade. Os arqueiros são vulneráveis a ataque corpo-a-corpo, porém conseguem desferir grande dano a distância. A Cavalaria, além da excelente movimentação, desfere choques violentos contra todas as unidades, com exceção, é claro, dos lanceiros.

O ganho de experiência de certos personagens é semelhante ao empregado em RPG’s tradicionais. Generais mais ativos ganharão níveis conforme guiarem seus homens ao conflito, permitindo a adição de habilidades extras para melhorar seu desempenho. Outras unidades especiais, como Monges, Ninjas e Metsukes (a polícia secreta do clã) também receberão pontos de experiência no decorrer de suas ações no mapa geral. Uma árvore de talentos possibilita a distribuição dos valores ganhos.

Diversos acréscimo permeiam o modo online. Além da campanha de múltiplos jogadores, com a possibilidade de cooperação entre os participantes, o pessoal da Creative Assembly inovou ao criar o modo Avatar. Nesta parte, você poderá customizar seu personagem e criar seu general virtual com as especificações que preferir. Armaduras, elmos, cores e até mesmo o símbolo de seu clã podem ser modificados. Conforme avançar com sua carreira, dominando províncias e batalhando com pessoas de todo o mundo, você poderá distribuir sua experiência e melhorar seus atributos da mesma maneira utilizada pelas unidades especiais da campanha solo, através de uma árvore de habilidades. O sistema de guildas também está presente, possibilitando que você lute em nome de seu grupo pela total unificação do arquipélago.

Shogun 2:  Total War é um jogo de estratégia excelente, pois consegue misturar muitos elementos do jogo de tabuleiro RISK, oferece mais complexidade nos movimentos políticos e ainda revive as batalhas em tempo real destes guerreiros que estão entre os mais brilhantes da história da humanidade.

Se você não conhece e nunca se aventurou por nenhum título da série, não precisa ficar desanimado. Como abordado acima, toda a ação é bastante simples e a curva de aprendizado, apesar de ser longa, é bastante satisfatória. Receberia a nota máxima se o TrashGame tivesse alguma graduação para os games debulhados. Como não tem, fica por isso mesmo.

Como o grande mestre dizia:
- Busquem.... conhecimento! (E.T Bilu)