terça-feira, 2 de novembro de 2010

Debulhado da vez – Call of Duty: Black Ops

(Treyarch / Activision)
Gênero: Pipoco em Primeira Pessoa
Plataforma: PC, PS3 e XBOX 360


Estudado, analisado, destrinchado, pipocado, fatiado, e o mais importante de tudo, jogado até meus dedos ficarem roxos e dormentes. Sim, meus caros companheiros, é o momento da verdade. Mesmo que para trazer essa informação eu tenha transformado minhas mãos em meras garras deformadas, tenho a honra de lhes apresentar o debulhado “antecipadíssimo” de Call of Duty: Black Ops (mulheres histéricas gritando, rojões, foguetinhos e biribinhas). A partir de agora, iremos interrogar e torturar a mais nova cria concebida pelas numerosas noites de amor entre a Treyarch e “o” Activision (não adianta fazer teste de DNA. O filho é seu e tem que assumir).

A trama mistura eventos históricos reais, ocorridos durante a Guerra Fria, com “pitadelas” de ficção insana e pipocos desenfreados. Na pele de Alex Manson, agente especial da C.I.A, você será convidado a viajar ao mundo em “80 balas” para encarar os conflitos mais ferrenhos deste período. Tudo gira ao redor de um safado russo (a não, os russos de novo não. Pelo amor de Deus, deixem os russos em paz) chamado Dragovich. Apto para arranjar uma boa briga contra os “porcos capitalistas”, o figurão demonstrará boa vontade em ajudar qualquer um que levantar a bandeira vermelha no campo de batalha, porém seus objetivos vão além da simples hegemonia mundial (risada maléfica ao fundo). Era de se esperar. O vilão tem que ser mal, muito mal, para justificar a carnificina disseminada pelo jogador no futuro (já assistiram Rambo IV? Aquele vilão é mais “underground” que o diabo).

O desenrolar do game acontece a partir das lembranças do personagem principal enquanto o mesmo é interrogado por pessoas misteriosas (essa parte tem um clima meio “Jogos Mortais”. Já estava até disposto a arrancar um olho, ou comer o próprio pé, para prosseguir). Através destas memórias, conhecemos as “boas” intenções do departamento de inteligência da terra do King Kong. Algumas fases impressionam muito, tanto pela visual gráfico excepcional ou através de situações que surpreenderão os fãs do gênero.

Missões como matar Fidel Castro durante a invasão a Baía dos Porcos, escapar de uma prisão subterrânea russa apenas com uma “faquinha de rocambole”, enfrentar o caos da Guerra do Vietnam portando aqueles rifles M16 vagabundos (engraçado que no jogo eles funcionam “sussa”, né? Cadê a verdade nisso?) e, ainda por cima, conversar pessoalmente com o presidente Kennedy, revigoram o ânimo de qualquer jogador.

O aumento considerável de veículos durante a campanha também proporciona momentos únicos, responsáveis por quebrar o frenesi dos pipocos e adicionar uma agradável variedade a jogatina. Fugas alucinantes de motos, jipes com lançador de mísseis teleguiados, a famosa parte do helicóptero (por mim, poderiam fazer um jogo só com esse momento), dirigir um barco invocado por rios vietnamitas e pilotar um Lockheed SR-71 Blackbird são apenas “petiscos” para você se empolgar com a “bagaça”. (A parte do Blackbird é simplesmente incrível. É a melhor fase de “todos os tempos da última semana”).

Outra adição bem interessante é a “ação” nas seqüências de transição. Você terá, por exemplo, que apertar determinado botão várias vezes durante o desenrolar da cena para alcançar o objetivo. Os momentos de “Breach” (importados de Modern Warfare 2), no qual o tempo fica mais lento e você deve rasgar os encrenqueiros com rapidez, foram, digamos, estendidos. Agora, esses instantes peculiares acontecerão com uma maior freqüência e não somente ao estourar uma porta ou parede.

Ao falar da música de Black Ops eu automaticamente me lembro de God of War. Elas carregam consigo a sonoridade “épica” vista nas desventuras de Kratos. Mesmo parecendo estranho a princípio, elas funcionam bem para criar a atmosfera do cenário. Convenhamos, são tantas explosões, ordens gritadas a plenos pulmões, choramingos de dor, rajadas das “metrancas”, que muitas vezes a trilha sonora passará despercebida. A surpresa mesmo neste quesito é o som Sympathy For The Devil, do Rolling Stones (não revelarei nada sobre, mas a composição “arrocha” de maneira consistente).

Tirando os bots inimigos que são verdadeiramente suicidas (alguns são malucos a ponto de avançar de peito aberto em sua direção), as vezes nas quais você será obrigado a progredir tomando tiro de todos os lados para cumprir o estipulado (irritante demais), os soldados “infinitos” do exército adversário em certos conflitos (irritante demais vezes 2) e bugs que chegam a ser engraçados, Call of Duty: Black Ops revela-se ao mundo como um ótimo jogo, capaz de inovar e surpreender em um estilo explorado quase ao extremo (sistema de cover, realismo absurdo nas mortes e inimigos “finitos” a lá Brother in Arms: Hell´s Highway é pedir demais?). Mesmo não sendo 100%, eles estão progredindo. É um “jogaço” digno de respeito. E, para fechar com chave máxima de ouro ultra, digo que o modo Nazi Zombie está de volta (HELL YEAAAAH).

Como o grande mestre dizia:
- Vem comigo (Goulart de Andrade)

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